Estrelas

Um céu só meu.

Numa água toda minha.

As estrelas brilham mais do que já antes

e menos que amanhã.

Só pra mim.

Em minha escuridão iluminada por

seus ritmados piscares.

Curtos e intensos.

Reluzentes e esperançosos de que se perpetue.

Como tudo que é bom, deveria ser...

O vestido curto e barato

não tem preço e nem valor de comercialização.

De uma vitrine sem graça

encanta a platéia de uma única alma.

Reluz como ouro em seu tom negro opaco.

Sua magia transcende qualquer cor

produzida por retinas embaçadas.

De tanto brilho mal pode enxergar

e por isso vê com os olhos do coração

e sente com a essência infantil

que se envolve com o que é marcante,

especial, único.

O espaço é pequeno,

infinito em sua profundidade e

tomado por uma corrente sedutora que o envolve

e nem por desapego larga.

Por quê largaria?

Tão dificil de encontrar.

Melhor aproveitar.

Lágrimas inundam os olhos e

a face sente-se acariciada, protegida.

Não sabe de que, mas conforta-se.

Entende que é bom.

E que pode ser finito.

Contenta-se em acreditar que não.

E sorri por apenas existir.